RESUMO DA MATÉRIA

  • Segundo pesquisas recentes, consumir 2,25 xícaras de pó de uva por dia durante 2 semanas, o equivalente a 60 uvas por dia, pode ajudar a proteger sua pele contra queimaduras solares. Após 2 semanas, 1/3 dos participantes do estudo apresentaram maior resistência ao eritema cutâneo induzido por UV (vermelhidão da pele)
  • As cascas das uvas são ricas em polifenóis, que são um dos principais componentes responsáveis por melhorar a resiliência da pele contra os danos provocados pelos raios UV
  • Outros alimentos ricos em polifenóis incluem: ervas como cravo, orégano mexicano, alecrim, hortelã, hortelã-pimenta, sabugueiro, azeitonas pretas, chocolate amargo e cacau em pó
  • Outro poderoso protetor da pele é a astaxantina, um antioxidante carotenóide derivado da microalga Haematococcus. A pesquisa mostrou que 16 semanas de uso de astaxantina podem melhorar as rugas, a umidade e a elasticidade da pele. Alimentos ricos em astaxantina incluem: salmão selvagem do Alasca, truta, krill (ou óleo de krill), camarão e lagostim

Por Dr. Mercola

Segundo pesquisas recentes, consumir cerca de 60 uvas ou um pouco mais por dia durante 2 semanas, pode ajudar na proteção da sua pele contra queimaduras solares. No estudo, 29 voluntários foram alimentados com 70 gramas de pó de uva por dia durante 2 semanas, ou o equivalente a 3 porções de 126 gramas de uvas frescas por dia, com um copo de 3/4, ou cerca de 24 uvas, consideradas como uma porção.

Após o período de estudo de 2 semanas, 1/3 dos participantes do estudo (9 de 29) apresentaram maior resistência ao eritema cutâneo induzido por ultravioleta (UV) (vermelhidão da pele).

Um em cada 10 manteve esse benefício por 4 semanas, após parar de consumir o pó de uva. As cascas das uvas são ricas em polifenóis, que são um dos principais componentes responsáveis por melhorar a resiliência da pele contra os danos provocados pelos raios UV. Os polifenóis também são anti-inflamatórios com efeitos antioxidantes e desempenham um papel nos mecanismos de reparo do DNA. Em um artigo de 2010, foi observado que:

"A quimioprevenção refere-se ao uso de agentes que podem inibir, reverter ou retardar o processo desses eventos nocivos na pele exposta aos raios UV. Foi relatado que uma grande variedade de polifenóis ou fitoquímicos possui efeitos fotoprotetores substanciais na pele.
Esse artigo de revisão, resume os efeitos fotoprotetores de alguns polifenóis selecionados, como polifenóis do chá verde, proantocianidinas de semente de uva, resveratrol, silimarina e genisteína, na inflamação da pele induzida por UV, estresse oxidativo e danos ao DNA…
Sugere-se que os polifenóis podem complementar de maneira favorável a proteção dos protetores solares e podem ser úteis para doenças de pele associadas à inflamação induzida pela radiação ultravioleta solar, estresse oxidativo e danos ao DNA.”

Polifenóis 101

Os polifenóis são fitoquímicos encontrados em alimentos vegetais naturais. Mais de 8.000 polifenóis foram identificados em alimentos como chá, vinho, chocolate, frutas e vegetais. Os antioxidantes, como os polifenóis, ajudam a proteger as células do corpo contra os danos causados pelos radicais livres, controlando assim a velocidade com que envelhecemos, e isso inclui a pele, onde o envelhecimento se torna de fato visível.

Se o seu corpo não receber uma proteção adequada, os radicais livres podem se tornar desenfreados, causando comprometimento da função celular que não só pode levar à degradação dos tecidos, mas também colocá-lo em risco de doenças crônicas.

Os polifenóis que fornecem às frutas, bagas e vegetais suas cores vibrantes, além de contribuírem para o amargor, adstringência, sabor, aroma e estabilidade oxidativa dos alimentos. Na planta, eles protegem contra a radiação ultravioleta, patógenos, danos oxidativos e condições climáticas adversas. No corpo humano, os polifenóis demonstraram ter uma gama diversificada de propriedades biológicas, incluindo as seguintes:

Proteger sua pele contra a radiação ultravioleta, conforme demonstrado no estudo apresentado

Combater as células cancerígenas e inibir a angiogênese (o crescimento dos vasos sanguíneos que alimentam um tumor) — Diversos estudos demonstraram a utilidade dos polifenóis na prevenção do câncer. Os pesquisadores acreditam que os efeitos antioxidantes dos polifenóis ajudam a proteger o DNA dos danos dos radicais livres, que podem provocar o desenvolvimento do câncer. Os polifenóis também revertem marcadores epigenéticos no DNA que, acredita-se, reduzem o crescimento do tumor

Promovem a saúde do cérebro e protegem contra a demência

Combatem os radicais livres e reduzem a aparência do envelhecimento

Reduzem inflamações

Protegem seu sistema cardiovascular, em parte pela inibição do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), podendo causar complicações com placas ateroscleróticas

Ajudam a regularizar os nível de açúcar no sangue

Promovem a pressão arterial normal

Reduzem o risco de osteoporose, devido ao seu efeito positivo no metabolismo ósseo

Melhoram sua saúde intestinal — Os polifenóis parecem ter um efeito prebiótico, melhorando as bactérias benéficas que vivem em seu intestino. Grande parte da pesquisa foi feita sobre o chá verde, que apresenta um papel importante no equilíbrio da flora intestinal, aumentando as bactérias boas e reduzindo o número de bactérias ruins. Os pesquisadores também descobriram melhorias na flora intestinal com o consumo moderado de vinho tinto e chocolate

Como otimizar o conteúdo de polifenóis da sua dieta

Além das uvas, onde os polifenóis são encontrados na casca, diversos outros alimentos também possuem grandes quantidades. Em 2010, o European Journal of Clinical Nutrition publicou uma lista das 100 fontes alimentares mais ricas em polifenóis com base em miligramas (mg) por 100 gramas. Os alimentos no topo dessa lista incluem:

Cravo

Hortelã-pimenta

Anis estrelado

Cacau em pó

Orégano mexicano

Semente de aipo

Chocolate amargo

Farinha de linhaça

Sabugueiro preto

Sementes de castanha

Sálvia seca

Alecrim

Hortelã

Tomilho

Amoras

Cassis

Alcaparras

Azeitonas pretas

Avelãs

Pecans

Você pode otimizar ainda mais os benefícios para a saúde desses alimentos consumindo-os com um pouco de gordura, pois os polifenóis são solúveis na mesma. A forma como a planta é cultivada também pode influenciar seu potencial de cura. Conforme observado no artigo de 2004, as práticas agrícolas e os processos industriais podem reduzir os efeitos dos polifenóis na saúde sobre a saúde.

A pesquisa mostrou que alimentos cultivados de maneira orgânica possuem níveis mais elevados de polifenóis em comparação com variedades cultivadas de maneira convencional. Além disso, a liofilização preserva um teor de fenol mais alto do que a secagem ao ar.

A astaxantina também protege sua pele dos danos causados pelos raios UV

Outro poderoso protetor da pele é a astaxantina, um antioxidante carotenóide derivado da microalga Haematococcus. A alga produz astaxantina como um mecanismo de proteção para proteger-se de UVs agressivos e outros estressores ambientais, além disso, a pesquisa mostrou que a astaxantina oferece benefícios semelhantes em humanos quando consumida.

Conforme relatado pelo Liver Doctor, a pesquisa publicada no Journal of Clinical Biochemistry and Nutrition em 2017, mostrou que 16 semanas de suplementação de astaxantina protegeu contra rugas e perda de umidade da pele, além de ter melhorado elasticidade mesma. Também ajuda no clareamento de manchas causadas pela idade, evitando o acúmulo de excesso de melanina.

“Estudos adicionais mostraram que a astaxantina inibe a produção de substâncias químicas inflamatórias pelas células da pele quando expostas à radiação ultravioleta.” LiverDoctor.com escreve.
"Os produtos químicos inflamatórios quebram as fibras de colágeno e elastina, aumentando o risco de alterações na pigmentação da pele. O principal autor do estudo afirmou que 'a suplementação de astaxantina a longo prazo pode inibir profilaticamente a deterioração da pele induzida ao longo do tempo por danos ambientais, retardando o processo de envelhecimento da pele por meio de seu efeito anti-inflamatório.'"

Em se tratando de proteção contra a radiação solar, a Astaxantina ajuda a proteger contra a morte celular causada pelos raios UV. Ao contrário dos protetores de uso tópicos, a Astaxantina protege sua pele contra danos sem bloquear de fato os raios UV, e por isso não impede que o UVB seja convertido em vitamina D na sua pele.

Esse efeito protetor é tão poderoso, que estudos mostram ajudar na proteção contra a irradiação total do corpo, eliminando espécies reativas de oxigênio intracelular (ROS), reduzindo a apoptose celular (morte celular programada), a progressão de queimaduras, a inflamação induzida por estresse oxidativo e apoptose relacionada à mitocôndria.

Alimentos ricos em astaxantina

Alimentos que possuem boas quantidades de astaxantina são restritos a frutos do mar que consomem a microalga, como:

  • Salmão selvagem do Alasca
  • Truta
  • Krill (ou óleo de krill)
  • Camarão
  • Lagostim

Se você quase não consome esses alimentos, um suplemento de astaxantina pode ser utilizado. Apenas se certifique de que é feito da microalga Haematococcus pluvialis e não de produtos petroquímicos. Embora consumir muitos suplementos antioxidantes possa ser problemático, a astaxantina é muito mais segura nesse quesito, na verdade, é segura mesmo em dosagens de fato elevadas, devido à diversos recursos exclusivos.

Características únicas da astaxantina

A astaxantina está relacionada ao beta-caroteno e à luteína, mas sua estrutura molecular única a torna mais potente e mais utilizável do que outros carotenóides.

É importante ressaltar que, embora doe elétrons para neutralizar os radicais livres, a astaxantina não é esgotada por essa doação de elétrons. Tem um enorme excedente que lhe permite permanecer ativo por muito mais tempo, pelo menos uma ordem de grandeza a mais do que a maioria dos outros antioxidantes.

A astaxantina também permanece intacta, o que significa que não há reações químicas para quebrá-la, o que ocorre na maioria dos outros antioxidantes. Outra grande diferença está no número de radicais livres que ele pode manipular. A maioria dos antioxidantes, como as vitaminas C e E, de certo modo, pode lidar com apenas um radical livre de cada vez.

A astaxantina pode abordar diversos radicais livres de maneira simultânea, formando uma nuvem de elétrons ao redor da molécula. Isso é conhecido como ressonância de deslocamento de elétrons. Quando os radicais livres tentam roubar elétrons da molécula de astaxantina, eles são absorvidos e neutralizados por essa nuvem de elétrons, tudo de uma vez.

A astaxantina também possui a capacidade única de proteger as partes solúveis em água e gordura da célula. Os carotenóides são divididos em solúveis em água ou solúveis em gordura, mas a astaxantina pertence a um grupo intermediário que pode interagir entre água e gordura.

Isso significa que a molécula de astaxantina pode afetar e expandir a membrana biolipídica de todas as células. Não está apenas flutuando em sua corrente sanguínea; ele de fato se integra à membrana celular. Também tem a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, o que faz parte de seus efeitos neuroprotetores.

Outra característica importante é que ele não pode funcionar como um pró-oxidante. Muitos antioxidantes atuarão como pró-oxidantes (o que significa que eles causam, em vez de combater a oxidação), quando presentes em concentrações suficientes. A astaxantina, por outro lado, não funciona como pró-oxidante, mesmo quando presente em grandes quantidades, o que a torna mais segura e benéfica. Por fim, atua em no mínimo 5 diferentes vias inflamatórias, tornando-se um anti-inflamatório muito potente.

Outros usos da astaxantina

Além de seus benefícios para a pele, a astaxantina também pode beneficiar a saúde dos olhos, cérebro, pulmões e coração, além de ajudar a prevenir doenças como câncer, síndrome metabólica, diabetes tipo 2, nefropatia diabética, doenças gastrointestinais, hepáticas, infertilidade masculina e HgCl₂- insuficiência renal aguda induzida.

Seus potentes efeitos anti-inflamatórios também o tornam útil para condições inflamatórias e problemas articulares, como artrite reumatóide, síndrome do túnel do carpo e cotovelo de tenista. Também demonstrou melhorar o desempenho atlético, em parte por melhorar a fadiga induzida pelo exercício.

Ômega-3 versus ômega-6 para a saúde da pele

O terceiro fator dietético para a saúde ideal da pele que abordarei nesse artigo envolve a gordura. Gordura ômega-3 é importante para uma pele saudável. Se sua pele é áspera, seca e enrugada, você precisa de mais ômega-3, pois ajuda a regular a produção de óleo na pele, equilibrar a hidratação, reduzir a inflamação e minimizar os efeitos dos danos causados pelo sol e envelhecimento em geral.

Do outro lado dessa moeda está o ácido linoleico (LA) ômega-6. Como o ômega-3, o LA se integra às membranas celulares, mas, ao contrário do ômega-3, o LA prejudica em vez de otimizar a função celular. No que diz respeito à exposição ao sol, a alta ingestão de ômega-3 ajudará a proteger sua pele contra os danos causados pelos raios ultravioleta, enquanto a alta ingestão de LA AUMENTARÁ o risco de queimaduras solares, pois o LA é muito perecível e oxidado de maneira fácil.

Portanto, para proteger e melhorar sua pele, você deve eliminar o máximo possível de LA de sua dieta e aumentar sua ingestão de ômega-3. Isso significa que você precisará:

  • Evite todos os óleos de sementes, encontrado na maioria dos alimentos processados, alimentos de restaurante, condimentos, pastéis, frango convencional e carne suína. Não cozinhe seus alimentos com óleos de sementes; utilize manteiga, ghee, sebo bovino ou óleo de coco.
  • Consuma mais peixes ricos em ômega-3, como salmão do Alasca, salmão sockeye, sardinha, anchova, cavala e arenque. Todos esses são ricos em ômega-3 e baixos em contaminantes. O salmão enlatado do Alasca é mais barato do que os bifes de salmão. Como recomendação geral, tente consumir 2 porções de peixe gordo por semana.

Evite o salmão de viveiro. O salmão de viveiro não é apenas um dos alimentos mais contaminados do mercado, mas a maioria também é carregada com LA prejudicial, graças à alimentação com milho e soja geneticamente modificados (GM). Outros são alimentados com farinha de peixe, conhecida por acumular produtos químicos industriais como PCBs e dioxinas.

O salmão de viveiro contém apenas metade do ômega-3 do salmão selvagem e 1/4 da vitamina D, enquanto possui mais de 5,5 vezes a quantidade de ômega-6. O salmão de viveiro também é exposto a antibióticos e pesticidas.

Todos os peixes do Alasca são pescados na natureza, porque o Alasca não permite a aquicultura. Eles também possuem algumas das águas mais limpas e algumas das pescarias mais bem conservadas e sustentáveis. Para verificar a autenticidade, procure o logotipo "Wild Alaska Pure" do estado do Alasca. O salmão sockeye agora está sendo cultivado em certas áreas da América do Norte; portanto, se você optar pelo sockeye, certifique-se de que seja capturado na natureza.


Recursos e Referências