📝RESUMO DA MATÉRIA
- Arrancar sisos que não causam problemas não tem comprovação científica para a saúde
- Dentes sisos, segundo alguns especialistas em saúde bucal, só devem ser extraídos caso sejam afetados por cáries, tenham crescido em ângulos estranhos, se estiverem causando infecção em outros dentes
- Mesmo que você seja jovem, extrair o siso é um procedimento arriscado. São associados à cirurgia de remoção dos sisos intempéries como: infecção, má cicatrização de feridas, dor, cavidade seca, lesão nervosa resultando em dormência ao redor da boca e do rosto e sangramento descontrolado
- Na maioria motivado por lucro, outro procedimento arriscado, são os canais radiculares. Tratamento de canal pode fazer com que os dentes submetidos a ele, abriguem micróbios maléficos, cujos resíduos tóxicos no metabolismo podem contribuir para várias doenças crônicas devido ao seu impacto sistêmico
🩺Por Dr. Mercola
Há décadas a extração preventiva do siso, antes que ele realmente apresente problemas, tem sido uma prática rotineira. Após a introdução do anestésico novocaína em 1902, iniciou-se a remoção cirúrgica dos dentes.
Antes da novocaína, os terceiro molares quase raramente ou nunca eram removidos como método de prevenção. Após a década de 50, com a efervescência dos antibióticos para tratar infecções relacionadas, a retirada dos sisos começou a se tornar mais comum.
Dentes sisos, segundo alguns especialistas em saúde bucal, só devem ser extraídos caso sejam afetados por cáries, tenham crescido em ângulos estranhos, se estiverem causando infecção em outros dentes.
Porém, muitos pais preferem submeter seus filhos adolescentes a extração dos sisos antes mesmo que apresentem problemas. Segundo estimativas, 5 milhões de pessoas por ano removem os sisos, sendo metade extrações sem necessidade nenhuma.
Segundo a revisão Cochrane de 2005, “o número de procedimentos pode reduzir em até 60% com a decisão prudente e identificadores específicos para extração”. Os autores da revisão também dizem que “uma estratégia apropriada pode ser o monitoramento cuidadoso dos dentes sisos assintomáticos.”
Extrair ou não? A controvérsia continua
Sendo assim, continua a problemática do que fazer com dentes sisos assintomáticos. Conforme a revisão Cochrane mais recente, publicada em 2020, concluiu que“ não há evidências suficientes que apontam que os dentes siso impactados, livres de doenças e assintomáticos devam ser extraídos ou não”. De acordo com The Washington Post:
“ Alguns defendem que a extração antecipada é mais fácil, a recuperação é mais rápida e é mais seguro quando os pacientes são jovens entre 15 e 25 anos, contudo, como em qualquer cirurgia… Existem riscos. As raízes dos dentes são menores e mais simples de extrair quando os pacientes são mais novos, eles dizem…
A Associação Americana de Saúde Pública, entre outros oponentes, argumentam que tais extrações são completamente desnecessárias. Não existem benefícios de saúde cientificamente comprovados na extração de sisos que não apresentam problemas, afirma pelo menos um artigo.
Já na década de 80, uma conferência de consenso do National Institutes of Health apelou contra a prática. Além de estudos recentes que dizem não haver razoes convincentes para a extração arbitrária dos sisos...
Em 2014, mediante um artigo, a ADA disse que sisos assintomáticos, não necessariamente, são isentos de problemas ou doenças, mas também não há provas suficientes para afirmar que a extração profilática é melhor que monitoramento contínuo.”
A retirada do siso é uma forma de obter lucro
Por que tantos cirurgiões dentistas recomendam o procedimento se não há evidências claras de benefícios? Resumindo: dinheiro. Grande parte dos salários de cirurgiões dentistas provém da extração dos sisos, portanto, manter as coisas como estão vem do incentivo financeiro.
Mesmo que você seja jovem, tenha em mente que este não é um procedimento isento de riscos. Infecção, cavidade seca, má cicatrização, hemorragia, dor, lesão do nervo resultando em dormência da boca e rosto são alguns dos riscos associados à extração dos sisos.
Penso que o mais prudente seja a avaliação contínua dos sisos, e só removê-los caso estiverem danificados ou causando transtornos. Deixar como está é a melhor opção se seus sisos não estão causando problemas.
Evite o uso de opioides pós-cirurgia
Não deixe seu filho usar opioides para aliviar a dor caso ele precise retirar um ou mais sisos. A extração do siso é uma das causas mais comuns para prescrição de opiáceos, no entanto, as overdoses de tais remédios são agora a principal causa de morte de americanos abaixo dos 50 anos.
Em 2017, as prescrições de opioides feitas por dentistas chegou ao aterrorizante número de 18,1 milhões, tornando cirurgiões-dentistas e dentistas os principais responsáveis por prescrição de opioides para adolescentes e crianças.
Uma pesquisa de 2004 averiguou que 85% dos cirurgiões bucais prescreveram opioides após a extração de sisos, e, de acordo com um relatório do JAMA publicado em 2018, opioides são receitados “rotineiramente.”
Mesmo o uso de curto prazo de opioides pode estar associado ao uso indevido e dependência futura entre adolescentes e jovens adultos, tornando tais prescrições extremamente arriscadas. 1 a cada 3 crianças que usaram opioides correm o risco do uso indevido de substâncias ao longo da vida.
Uma pesquisa constatou que 1 a cada 4 crianças que receberam opioides por apenas 12 dias continuavam com o uso da substância um ano depois, incluindo todas as idades. Após expostos às substâncias, crianças e adolescentes apresentam maior risco de continuar o uso.
A Dra. Rima Himelstein, especialista em medicina de adolescentes, instruiu os pais cujos filhos estão sendo submetidos a cirurgia oral, em um artigo de 2018 no The Philadelphia Inquirer:
“Guarde com você as medicações dos seus filhos, incluindo as prescritas após extração de sisos. Não deixe simplesmente um vidro de pílulas com seu filho adolescente logo após a cirurgia. Tenha certeza de se desfazer do restante dos comprimidos adequadamente… "
Embora a extração do siso possa realmente causar dor por um período, existem formas mais seguras de lidar com essas dores. Uma combinação de paracetamol e ibuprofeno funciona melhor do que opioides no tratamento pós-extração, segundo demonstrado na pesquisa. Sendo assim, utilize apenas analgésicos de venda livre, conforme necessário e ignore os opioides prescritos.
Canais radiculares — outro procedimento dental arriscado e usado em excesso
Outro procedimento arriscado e em sua maior parte motivado por lucro são os canais radiculares. Os dentes tratados com canal podem abrigar micróbios nocivos, cuja toxicidade metabólica pode ter impactos sintêmicos, contribuindo com doenças crônicas, desde fadiga, doenças cardíacas, câncer, dores crônicas.
Na realidade, segundo dentistas holísticos e biológicos, a maioria dos problemas crônicos de saúde podem estar ligados a infecções dentárias escondidas. O maior problema do tratamento de canal é que você mantém um dente morto no corpo. É de amplo conhecimento que manter um órgão morto em seu corpo poderá ocasionar infecções.
O material residual das bactérias e patógenos que permanecem nos microtúbulos é extremamente tóxico e praticamente impossível de ser retirado em sua totalidade, mesmo que a raiz seja completamente limpa. O principal incentivador do canal é o mesmo da extração de siso, a lucratividade.
Dentes submetidos ao tratamento de canal são fontes de infecção
Especialistas dizem que todos os dentes tratados com canais são fonte de infecções. A única coisa que muda é o grau dessas infecções. Alguns são um poucos mais infeccionados e tóxicos que outros, essa é a única diferença. A resposta as toxinas variam de pessoa para pessoa, e esse é o motivo pelo qual nem todas as pessoas sofrem de forma perceptível ao tratamento de canal.
Para começar, alguns são mais “resistentes” do que outros. A carga tóxica geral vinda por outros meios de exposição também entra em jogo. A saúde cardiovascular é afetada por essas bactérias produzidas. Os dentes infectados também podem causar câncer.
Noventa e oito por cento dos pacientes com câncer de mama têm um dente tratado com canal no mesmo lado da mama afetada, alerta Dawn Ewing, naturopata e diretor-executivo da Academia Internacional de Odontologia e Medicina Biológica.
Dr. Jerry Tennant afirma que, da mesma forma, 96% dos pacientes de câncer que ele atende apresentaram infecções dentárias. Ewing e Tennant se apresentaram no documentário da Netflix "Root Cause", no qual essas declarações foram feitas.
Mais do que qualquer outro órgão — os sistemas linfático e autônomo estão interligados a polpa do dente. Seus dentes também estão conectados energeticamente e afetarão seus meridianos, utilizados na Medicina Tradicional Chinesa.
Considere bem suas opções
Se tiver um dente ou mais tratado com canal, você não necessariamente precisa ir correndo extraí-los. No entanto, isso significa se lembrar desse fato e levá-lo em consideração caso apresente um problema crônico de saúde e precise tratá-lo.
Antes de tomar sua decisão, considere bem seu histórico pessoal como riscos à saúde, antes de optar por um tratamento de canal. Antes de uma extração dentária ou tratamento de canal, eu também sugiro tentar primeiro a terapia com ozônio.
A terapia com ozônio é administrada mediante uma seringa ao redor da base do dente ou diretamente nela. Para resolver uma infecção, geralmente necessita-se de várias visitas.
Já o ozônio é uma forma direta, extremamente tóxica ao material causador de infecção, além de estimular o sistema imune. Cinco tratamentos com terapia de ozônio me ajudaram a evitar um tratamento de canal. Demorou cerca de cinco tratamentos. Vale a pena antes de considerar medidas drásticas, por ser seguro, relativamente barato e não é tóxico.
Dito isso, é bom ressaltar que se o tecido pulpar morreu completamente devido a uma infecção, um canal ou uma extração serão as únicas opções, pois nem o ozônio poderão trazer o dente de volta à vida.
A extração de um dente submetido a um canal deve ser feita de forma correta
Certifique-se que seu dentista está familiarizado com procedimentos odontológicos holísticos e que entende as implicações caso você decida remover um dente que passou por tratamento de canal. Para localizar um dentista biológico (holístico) em sua área, estes recursos podem ajudar:
- Escolha odontológica para consumidores
- A Academia Internacional de Odontologia e Medicina Biológica(IABDM)
- A Academia Internacional de Medicina Oral e Toxicologia(IAOMT)
A retirada do dente é apenas o primeiro passo. Em seguida, a área deve ser drenada e as bactérias removidas. O gás ozônio é considerado indispensável por muitos dentistas holísticos nessa etapa, pois é capaz de permear o tecido ósseo e gengival, acabando com a infecção.
O ligamento periodontal também precisa ser removido para permitir que o osso maxilar volte a crescer como se deve e sele completamente o orifício onde estava o dente.
Se o local de extração não for meticulosamente limpo e desinfetado (e isso vale para qualquer extração de dente, não apenas para dentes com canal), pode se formar uma cavitação — uma cavidade no maxilar repleta de bactérias. A falha na remoção do ligamento periodontal contribui para cavitações que impedem a recuperação adequada do osso.
É necessário que o osso do maxilar se cure completamente depois que a extração do dente com canal tiver sido feita. Isso leva no mínimo 90 dias na maioria dos casos. Você poderá dar seguimento a extração após seu dentista constatar que não existe cavitação.
Opções de substituição dentária
Várias opções possibilitam substituir um dente ausente, incluindo:
Não substituir o dente. |
Colocar uma ponte removível. |
A ponte tradicional que precisa de coroas em ambos os lados de cada
dente perdido. Em muitos casos, você precisa sacrificar dois dentes
saudáveis, o que aumenta o risque de necessitar de tratamento de canal, e
essa é uma grande desvantagem. Além disso, uma ponte comum, com um intervalo
entre 5 a 15 anos, dura somente oito anos. |
Usar uma ponte conhecida
como ponte de Maryland, ligada por resina que mantém o dente falso no lugar
através da colagem de uma armação nos dentes de trás. Muitos dentistas holísticos preferem essa opção por não causar danos
nos dentes remanescentes. Uma desvantagem é que a ponte é tão forte quanto o
adesivo, então ela pode se soltar e precisar ser recolada de tempos em
tempos. Devido à força exercida na ponte durante a mastigação, também não é
recomendada para dentes molares. |
Nos casos em que faltam dois ou mais dentes adjacentes, uma colação de
ponte suportada por implantes pode ser uma boa escolha. |
Um implante de cerâmica —
Hoje existem, além dos implantes tradicionais de titânio, implantes de um
tipo de cerâmica chamada zirconia. Em alguns casos o titânio pode gerar
problemas auto-imunes. Para determinar se há essa sensibilidade, existem
exames de sangue. O titânio, por ser um metal,
pode contribuir para as correntes galvânicas em sua boca e distorcer o fluxo
de energia no meridiano que passa por esse dente. Embora a maioria das
pessoas não perceba as correntes galvânicas, outras sentem choques nervosos
inexplicáveis, ulcerações, um gosto salgado ou metálico ou uma sensação de
queimação na boca. As correntes galvânicas
podem contribuir para confusão mental, insônia, epilepsia, tontura e zumbido
nos ouvidos. É importante saber, também, que o uso da pasta dental com flúor
e da água fluoretada, acelera a corrosão do titânio. A boca seca, ou PH
elevado devido à acidez também aceleram o processo. O implante de zircônia é sua melhor opção. A zircônia é muito
recomendada por dentistas holísticos, por ser considerada altamente
biocompatível. |
🔍Recursos e Referências
- Paradigm Dental
- Fortschr Kiefer Gesichtschir 1995; 40: 113-116
- Vox February 4, 2015
- Cochrane Database Systematic Review April 18, 2005; (2): CD003879
- Cochrane Review May 4, 2020
- Washington Post August 7, 2023
- InformedHealth.org May 7, 2020
- Washington Post February 24, 1980
- Am J Public Health April 2014; 104(4): 728-734
- Am J Public Health April 2014; 104(4): 735-743
- ADA CE Program Article 4, Indications for Third-Molar Extractions 2014
- CBS News June 6, 2017
- ADA.org May 25, 2019
- New York Times July 10, 2017
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- CDC, Morbidity and Mortality Weekly Report March 17, 2017, 66(10);265–269
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- Melisa.org
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