📝RESUMO DA MATÉRIA
- A ergotioneína, que é uma potência quando se trata de promover a longevidade, é um aminoácido contendo enxofre encontrado nos cogumelos
- Estando associada a um menor risco de doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e morte por todas as causas, dos 112 metabólitos plasmáticos medidos, a ergotioneína é o metabólito mais significativamente associado à menor morbidade e mortalidade
- Sugerindo que os humanos foram concebidos para comer e colher, em 2005, os cientistas descobriram que a maioria dos tecidos humanos tem um transportador altamente específico à base de carnitina para a ergotioneína
- Pesquisas mostram que a depleção da ergotioneína leva a maior estresse oxidativo e morte celular, além de ter propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimutagênicas e citoprotetoras
- Cogumelos do pinheiro, cogumelos ostra, shiitake, boletes rei, porcinis, chanterelles, juba de leão e Enokitake, são alguns dos cogumelos que contêm ergotioneína. Normalmente maiores quantidades são encontradas no Porcini, shiitake, ostra, maitake e ostra king
🩺Por Dr. Mercola
Mostrando que a ergotioneína, um aminoácido contendo enxofre encontrado em cogumelos, é uma verdadeira potência quando se trata de promover a longevidade, o Dr. Michael Greger analisa a literatura científica a respeito, no vídeo de informações nutricionais abaixo.
Ele cita, por exemplo, um estudo de 2020 publicado na revista Heart, que descobriu que de 112 metabólitos plasmáticos medidos:
“Estando associada a um menor risco de DAC [doença arterial coronariana], acidente vascular cerebral, morte por todas as causas e morte por causas cardiovasculares, a ergotioneína foi o metabólito mais significativamente associado à menor morbidade e mortalidade.”
Os outros autores concluíram que “um nível elevado de ergotioneína potencialmente pode ser induzido por uma ingestão alimentar saudável específica, e foi um marcador independente de menor risco de doença cardiometabólica e mortalidade”.
Cogumelos ostra, shiitake, boletes rei, porcinis, chanterelles, juba de leão e Enokitake, só para citar, são alguns dos cogumelos que contêm ergotioneína.
Normalmente maiores quantidades são encontradas no Porcini, shiitake, ostra, maitake e ostra king. Embora em quantidades muito menores, os cogumelos brancos também o contêm. Em seu vídeo, Greger apresenta alguns dados comparativos sobre esses cogumelos.
Nós fomos feitos para comer cogumelos?
Antes de 2005 a ergotioneína foi amplamente ignorada. 2005 foi quando os cientistas descobriram que a maioria dos tecidos humanos possui um transportador altamente específico 3 para a ergotioneína, baseado em carnitina, conforme observado por Greger.
Antes das refeições este transportador é ainda regulado cronobiologicamente. A humanidade foi concebida para comer e colher benefícios específicos dos cogumelos, e estes fatos indicam isto fortemente. Mas quais são exatamente tais benefícios?
As propriedades antioxidantes, semelhantes às da glutationa, é um dos mecanismos de ação que tornam a ergotioneína tão benéfica para a saúde. Ao engolir os radicais livres nocivos, reduz os danos celulares como antioxidante.
No entanto, como se acumula nos tecidos e órgãos após a ingestão e pode ajudar a prevenir danos oxidativos nesses tecidos durante um longo período de tempo, tem uma vantagem extra sobre muitos outros antioxidantes.
Além do mais, tende a se acumular em tecidos como o cristalino dos olhos e do fígado, bem como tecidos mais sensíveis aos danos em geral, como medula óssea, líquido seminal e sangue, ou seja, tecidos mais propensos aos danos dos radicais livres.
A saúde mitocondrial talvez possa ser protegida pelos cogumelos
As minúsculas organelas dentro das células que produzem energia celular na forma de ATP, as mitocôndrias, notavelmente podem até ser acumuladas e protegidas por ele. Conforme explicado em um artigo de 2021:
“Os primeiros estudos sugeriram que o OCTN1 é encontrado nas mitocôndrias, permitindo o acúmulo de ET [ergotioniona] nesta organela, (embora não tenham estabelecido isso rigorosamente). Na verdade, devido ao peróxido de hidrogênio ou à exposição aos raios UV, a TE poderia proteger o DNA mitocondrial do dano oxidativo.
A localização intracelular de OCTN1 e ET foram pouco estudadas desde então. Sugeriu-se que os benefícios terapêuticos da TE sejam mediados pela proteção desta organela e a que a disfunção mitocondrial está implicada em uma ampla gama de distúrbios.
Em modelos transgênicos de Drosophila de DP [doença de Parkinson] (dados não publicados), recentemente demonstramos que a TE protege a morfologia mitocondrial. Sobre a captação e acumulação de ET nas mitocôndrias, é necessária evidência definitiva.”
A ergotinoína é a vitamina da longevidade?
A ergotioneína também possui propriedades citoprotetoras, antimutagênicas e anti-inflamatórias. Ela protege as células contra danos, em suma. “A depleção de ETT leva à morte celular e ao aumento do estresse oxidativo”, demonstra estudo.
Sendo assim, os autores sugeriram que uma nova vitamina poderia estar se apresentando. No entanto, as vitaminas são classificadas “pela manifestação de doenças evidentes por deficiência alimentar”, conforme explicado por Greger. E para a ergotioneína nenhuma doença desse tipo foi identificada. Ou foi?
Segundo Greger, “Talvez, bem diante de nós estejam as doenças deficientes.” Fragilidade, doenças cardiovasculares, comprometimento cognitivo leve, demência e doença de Parkinson, por exemplo, têm sido associados a baixos níveis plasmáticos de ergotioneína. Todos eles crescentes.
Embora, as vitaminas possam não ser essenciais para a vida, as “vitaminas da longevidade” parecem ser cruciais para prolongar a saúde e a longevidade, e a ergotioneína se enquadra nesse perfil, por isso, outros sugeriram que ela seria melhor classificada como “vitamina da longevidade”.
A ergotioneína e seus benefícios para a saúde
Embora a pesquisa sobre a ergotioneína e seus benefícios para a saúde ainda esteja engatinhando, já foi demonstrado que:
Para manter o médico longe, uma xícara de cogumelos ao dia
Um estudo de 2019 publicado na Nutrition Today, encontrou o menor consumo diário estimado nos EUA, de 1,1 miligramas por dia, e o mais alto na Itália, de 4,6 mg por dia, quando comparou a ingestão de ergotioneína entre vários países. A preferência dos italianos por cogumelos porcini ricos em ergo, torna-se o fator primário no resultado.
Contudo, apenas adicionar cogumelos brancos à sua dieta diária, pode mais do que duplicar o seu nível sanguíneo. Embora eles contenham uma das quantidades mais baixas de ergotioneína.
Comer 1 xícara de cogumelos brancos por dia aumentou as concentrações de ergotioneína de uma média de 317 nanogramas por mililitro no início do estudo para 677 ng/mL ao final de 16 semanas. Foi o que descobriu um estudo retrospectivo publicado na revista Plant Foods for Human Nutrition, que analisou como o consumo diário de cogumelos pode afetar os fatores de risco de diabetes tipo 2. Os participantes com síndrome metabólica também experimentaram:
"... reduções significativas nos fatores séricos indutores de estresse oxidativo, carboximetillisina (CML) e metilglioxal (MG) e adiponectina e aumentos no hormônio anti-inflamatório e no marcador antioxidante ORAC (capacidade de absorção de radicais de oxigênio).”
Para uma vida mais longa e saudável, uma terapêutica promissora
Considere as seguintes reflexões apresentadas no final do artigo "Ergotioneína, Desenvolvimentos Recentes", para encerrar:
“Permitindo uma ampla gama de propriedades citoprotetoras e atenuantes de doenças, a química única da ET [ergotioneína] dá origem à sua elevada estabilidade e capacidade de acumulação no corpo.
Ainda há muito desconhecido, embora associações entre níveis baixos de TE no sangue e vários distúrbios humanos tenham sido feitas. No entanto, exitem fortes evidências de que a ET desempenha um papel crítico no desenvolvimento e na saúde humana, como a absorção no feto e no bebê, a presença quase, se não totalmente, onipresente nos tecidos e a ávida retenção pelo corpo.
Enquanto a prevenção da captação através do silenciamento do OCTN1 parece piorar a patologia nestes modelos de doença, numerosos estudos em animais também demonstraram os seus benefícios.
Resta saber se a suplementação em humanos, poderia reduzir o risco de doenças relacionadas com a idade e outras, ou agir como terapêutica, retardando ou interrompendo a progressão da doença, especialmente em idosos ou no subconjunto de indivíduos com níveis sanguíneos mais baixos de ET (devido a variantes polimórficas do transportador ou da dieta).
Tais estudos podem ser facilitados através do perfil de segurança do TE e das aprovações regulatórias. Sem dúvida, com o aumento rápido do interesse, são tempos emocionantes para este… composto."
🔍Recursos e Referências
- Heart 2020; 106: 691-697
- Health by Mushrooms January 16, 2023
- Neurochem Res September 2022; 47(9):2513-2521
- PNAS April 5, 2005; 102(14): 5256–5261
- Mycobiology March 2009; 37(1): 43-47
- Redox Biology June 2021; 42: 101868
- Redox Biology June 2021; 42: 101868, Section 2.3
- Nutrition Research Reviews December 2020; 33(2): 190–217
- Cell Death & Differentiation 2010; 17: 1134-1140
- YouTube Nutrition Facts October 2, 2023; 1:48 minutes
- Journal of Nutritional Science 2020; 9: e52
- FEBS Letters May 2022; 596(10):1290-1298
- YouTube Nutrition Facts October 2, 2023; 5:02 minutes
- FEBS Letters May 2022; 596(10): 1270-1278
- YouTube Nutrition Facts October 2, 2023; 4:04 minutes
- Redox Biology June 2021; 42: 101868, Section 3.2.6
- Redox Biology June 2021; 42: 101868, Section 3.2.1
- Redox Biology June 2021; 42: 101868, Section 3.2.2
- Redox Biology June 2021; 42: 101868, Section 3.2.3
- YouTube Nutrition Facts October 2, 2023; 4:24 minutes
- YouTube Nutrition Facts October 2, 2023; 4:30 minutes
- Nutrition Today January 1, 2019; 54(1):16-22
- Plant Foods for Human Nutrition September 2016; 71(3): 245-251
- Redox Biology June 2021; 42: 101868, Final Thoughts